tumbala · design de instrumentos






A informação disponibilizada pelo cliente no arranque do projecto, continha uma base de trabalho muito substancial. Constituída na sua maior parte por imagens e modelos de protótipos. Tanto em pequena escala (para representar as esculturas instrumento), usando manequins de desenho, que manejavam máquinas feitas de arame e de tubos de dimensões mais reduzidas. Como à escala real, fazendo uso dos tubos nas dimensões finais, para os estudos de afinação e intensidade rítmica. Estudos esses, que se tornariam a raiz sonoplástica dos Tumbala. Trata-se portanto de uma ideia original, pela formalização estética e sonora dos instrumentos escultura. O que obrigou, na abordagem dos desenhos das máquinas, a uma constante produção e desmultiplicação de soluções, para cada uma das quatro esculturas. Tumbofone, Cochofone e Caracolofone, foram algumas das alcunhas ou nomes, que identificavam cada um dos aparelhos Tumbala. Adquiriram através desta nomenclatura, uma personalidade que ajudava a definir aos poucos a sua forma final. Também ainda numa fase inicial das maquetas 3D, recorreu-se à Consultoria em Engenharia. Clarificaram-se assim, os caminhos que podiam ser seguidos, para garantir a exequibilidade destes modelos tridimensionais.
A PRODUÇÃO DOS EQUIPAMENTOS: TUMBALA DESIGN DE MÁQUINAS — Antes de prosseguir para uma fase de produção, foi necessário realizar um estudo de movimentos, sobre a interacção dos músicos com os instrumentos. Teria de ser pensada, a relação dos movimentos executados nas manobras coreográficas. Contando que a deslocação dos instrumentos Tumbala seria concretizada muitas vezes, em simultâneo, com o desempenho do instrumento musical. Analisaram-se de igual forma, as manobras executadas pelos músicos com o figurino vestido, no interior dos modelos. fazendo uso das maquetas 3D e de protótipos sintetizados à escala real, para os testes pretendidos. Só depois de assegurar algumas soluções de recurso, é que se procedeu para a produção dos engenhos. No fabrico das primeiras máquinas Tumbala estiveram envolvidas duas equipas de trabalho. Uma em Alcochete (Leonel e Bicho) outra em Montemor-o-novo (Oficinas do Convento). Esta última com a direcção de Tiago Fróis. Optou-se por este modelo dual de execução, para diferenciar algumas das especialidades na mão-de-obra e na obtenção da matéria-prima. Na produção valorizou-se o aproveitamento de peças de outros objectos comuns, através da reutilização e adaptação destes. Recorreu-se essencialmente, ao uso do ferro tubular torcido e soldado, para a construção dos Chassis que suportavam os restantes componentes das máquinas. Os primeiros resultados superaram as expectativas e ambas as equipas de produção, demostraram grande interesse durante o desenvolver dos trabalhos. Implementando ideias inovadoras, na optimização da forma final dos instrumentos escultura para os Tumbala.